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Como Cuba me ensinou, na prática, o que é racismo estrutural

14:25

Quatro anos. Esse é o intervalo de tempo que separam aquela madrugada, que eu embarcava para a realização de um sonho, e hoje. Apesar do tempo, ainda sinto o frio na barriga de quando o avião estava pousando no aeroporto Jose Marti, em Havana, onde começaria uma expedição que marcou a minha vida.

Em homenagem a este grande sonho realizado, vou trazer alguns aprendizados e algumas curiosidades sobre Cuba, que apesar do pequeno tamanho, é odiado e amado por muitos.

Sejam bem-vindos às minhas lembranças de viagem.

A curiosidade de hoje chega a ser um desabafo, pois, por muito tempo, me senti envergonhado de compartilhar com as pessoas. E mostra um problema grave que temos aqui no Brasil, que é o racismo estrutural.

A composição étnica de Cuba é um pouco confusa. Alguns números mostram uma maioria negra e outros, uma maioria branca. Na base do olhômetro, pude constatar uma maioria negra e parda.

Enfim, voltando ao que interessa. 



Nesses 15 dias de viagem pude conhecer e conversar com muitas pessoas, seja nas ruas, nos pontos turísticos, nas festas e nas periferias. Dentro desse universo de pessoas que eu conheci, muitos, mas muitos mesmos, eram negros e médicos.

Confesso que a primeira vista o impacto foi grande. Num segundo momento, me senti muito culpado por duvidar que aqueles negros poderiam ser médicos, uma profissão tão privilegiada aqui no Brasil.

Mas a resposta é bem simples, quantos médicos negros você conhece aqui no Brasil?  Não que eu seja um frequentador de hospitais, mas, mesmo forçando minha memória, não me lembro de ter sido atendido por algum.

O racismo estrutural é um dos mais perigosos, pois ele vem de uma forma camuflada, que, se não pararmos para pensar, não descobrimos e não mudamos. Talvez, por isso, muitas pessoas realmente acreditam que racismo não exista.



De qualquer forma, Cuba me ensinou que o negro pode ser o que ele quiser e não o que uma sociedade preconceituosa determina.

O negro pode ser médico, pode ser advogado, pode ser professor, ou gari, mas essa decisão deve ser dele e não por uma falta de oportunidade, como vemos aqui em nosso País.

Cuba me mostrou, na prática, o que é o racismo estrutural e, isso, me ajuda a lutar por igualdade, seja de gênero ou de sexo, pois só a igualdade pode dar oportunidade para todos serem o que desejam ser.


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