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“Não seja esse tipo de forrozeiro”

19:05



Anos atrás, precisei defender o Roots de um produtor, que culpava o termo, que nasceu há pouco tempo, mas que hoje virou febre nos principais festivais de forró do mundo, pela decadência do Forró.

Hoje, me deparo com a tentativa de doutrinação de um movimento que nasceu da liberdade e de diferentes formas de dançar.

Se o Roots não é bagunça, ele também não é algo certinho, cheio de regras e, por favor, não tentem impor isso.

De acordo com o perfil “La Vai Forró”, as pessoas não devem mais aprender a dançar no baile. “Não seja esse tipo de forrozeiro”, disseram.

Para eles, uma dança confortável e boa só rola quando existe um aprendizado de técnicas com professores.


Por favor, olhem para trás. Há alguns anos, quando o Roots começou a se proliferar, não havia aula para aprender. Mesmo assim, posso citar algumas dezenas de nomes de pessoas que dançam muito bem e que são referência para os atuais professores, que, por sinal, também aprenderam na raça e mandam muito bem.

Baseado no pensamento do perfil, devo apagar da minha memória todas as agradáveis danças que tive com pessoas que nunca passaram perto de uma aula?
Não tentem impor uma regra que segrega, pois o Roots sempre foi liberdade, sempre foi a junção de estilos de diversos estados. Ele sempre foi a descoberta, sempre foi a tentativa de dançar com alguém novo.


Lógico, ninguém quer se machucar dançando, mas qualquer atividade física você corre esse risco.
Seja o forrozeiro que faz aula, seja o forrozeiro que aprende no baile. Seja o forrozeiro que você quiser, mas seja sempre aquele forrozeiro que, acima de tudo, se divirta com bom senso.

O forró, apesar de fazer parte da dança de salão, sempre foi uma dança onde todos, do pagodeiro ao metaleiro, arriscavam um dois pra lá, dois para cá ao som de um xote. O forró sempre foi o lugar onde não havia o certo ou errado, onde o verdadeiro motivo era a diversão.



Por favor, não tentem tirar isso do nosso forró.

Finalizando, lembre-se que a dança precisa ser confortável para os dois. Se não rolar conexão, sintonia ou se os estilos não baterem, parar a dança não será um pecado mortal.

PS 1: Sou apoiador das aulas de forró, sei que os professores estão fazendo um trabalho incrível de fomento e difusão do forró no mundo, mas nunca serei a favor de regras como essas.

PS 2: Como disse no texto, o Roots sempre teve o lance da descoberta e do desafio de dançar com pessoas diferente. Por isso, aprenda as técnicas, aprenda os passos, mas forme o eu próprio estilo, não seja a cópia de alguém.

PS 3: Se divirta sempre.




Resposta: Em contato com o Perfil "Lá Vai Forró", de Brasília. O responsável pela publicação explicou que a intenção do post nunca foi obrigar ninguém. "Cada um tem  a sua cabeça e continua fazer o que acha melhor...Se a postagem acabou deixando desconfortável  quem dança bem e se diverte nos bailes, eu peço desculpas", disse.  


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