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| Parque de los Mártires- vista do apartamento de Osmara ( David C. Fugazza) |
Ao contrário do meu último mochilão pela Bolívia e Peru, onde tive muito mais tempo de organizar as coisas e gastei apenas 1 mil Dólares, em 30 dias de viagem, a trip para Cuba é muito cara para nós brasileiros. Com a alta cotação do Euro, precisei realmente me virar nos 30, para poder passar alguns dias nas ilhas dos irmãos Castro.
Por isso, qualquer grana que você conseguir economizar ao longo da sua estádia, deve ser valorizada.
A passagem para Cuba custou R$ 2.500, ida e volta, pela Avianca. Achei o valor acima do normal, mas pelo prazo que comprei, até que foi um bom negócio, afinal, sonho não tem preço. Levei comigo apenas 500 Euros, que se transformaram em um pouco mais de 500 CUC’s.
O primeiro ponto que busquei na hora de economizar foi na opção hospedagem. Após muitas pesquisas descobri a rede social Couchsurfing, (https://www.couchsurfing.com) que trás opções de hospedagem, na grande maioria de forma gratuita.
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| É possível encontrar diversas casas que locam quartos para turistas, na Avenida Infanta, em Vedado, Havana (David C. Fugazza) |
Em Cuba, o turismo é um dos pilares que sustenta a economia e a sobrevivência da população. Por isso, na ilha caribenha é proibido hospedar estrangeiros sem cobrar nada. Não são todas as pessoas que podem hospedar esses viajantes vindos de toda parte do mundo.
Para isso, eles precisam fazer um cadastro no governo e, segundo informações da família onde fiquei, eles pagam aproximadamente 40 CUC’s por mês, para ter essa licença.
Você acha que é fácil burlar o governo? Negativo. Quando você tira o visto, você precisa informar onde vai ficar. Quando você se hospeda na casa de alguém, eles necessitam informar o governo, que faz uma visita para saber se aquilo tudo é real.
Durante a minha estadia uma funcionária esteve na casa para fiscalizar a veracidade das informações.
Esse modo de hospedagem é muito comum em Cuba, principalmente em Havana. Existem muitas opções de casas nos principais bairros da cidade. Durante sua viagem você pode trocar de casa, inclusive eles mesmos são amigos e indicam onde ficar.
Mesmo porque existe a possibilidade de você não gostar da casa, não se adaptar a família, ou não gostar do bairro onde está hospedado.
Para achar uma dessas casas você pode usar sites, como por exemplo, "Casa-Cuba.org", ou mesmo a rede social Couchsurfing. A média de valor é de 25 CUC’s, mas tudo pode e deve ser negociado diretamente com o proprietário.
Antes de sair do Brasil já havia combinado de pagar 15 CUC’s por dia, com café da manhã, por 10 dias. Os outros cinco dias de viagem eu iria decidir por lá mesmo. Como minha grana estava curta e eu havia criado um laço de amizade com a família, consegui abaixar para 10 CUC’s nos outros cinco dias, e eles ainda ofereceram o desayuno, ou o café da manhã.
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| Jantar com hambuguesa (David C. Fugazza) |
Eu não senti em momento algum uma relação comercial, era uma relação de amizade, de família, de companheirismo. Eles me proporcionaram boas e longas conversas sobre políticas, sobre sistema econômico e até mesmo sobre futebol, basebol e novelas.
Além disso, eles me passaram diversas informações que me ajudaram muito na hora de economizar, seja fazendo alguma viagem, comprando comida, ou até mesmo no translado ao aeroporto.
Através deles conheci a Negra, uma moça de aproximadamente 35 anos, que dá aula de História, em Havana. O sonho dela era conhecer a Espanha, mas também tinha muitas curiosidades sobre o Brasil. Ela me contou um pouco mais sobre a história de Cuba e, por final, me presenteou com quatro livros sobre a história Cubana e de alguns heróis da Revolução.
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| Alguns dos livros que ganhei em Cuba (David C. Fugazza) |
A casa que eu escolhi fica no bairro de Vedado, aliás, para quem não quer a agitação dos turistas e para quem quer vivenciar a vida de um cubano comum é a melhor opção.
O local ficava bem próximo da Universidade de Havana, com pontos de ônibus, comércio e um ponto de wi-fi, para os mais necessitados. O apartamento fica no 3º andar de um prédio residencial. Em frente a uma praça que é ocupada durante a manhã por estudantes praticando educação física e a tarde por jovens e adultos que jogavam basebol e futebol.
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| Esquina de Infanta con San Lazaro, durante à noite. (David C. Fugazza) |
Meu quarto tinha ar condicionado, banheiro e uma televisão, que eu nem sei se funcionava, porque praticamente não fiz uso desse aparelho.
Estava hospedado em outro quarto um francês, que passava o dia registrando através de fotografias, famílias dentro de suas casas.
A locação de quartos para turistas é importante para economia do país e também para os cubanos, que conseguem com isso uma vida mais digna e conseguem usufruir um pouco das tecnologias de hoje. Tanto que na casa havia TV de plasma, um vídeo game Xbox, um rádio muito bom e um computador, coisas que eu não imaginava ver.
Mas isso é fruto de alguns sacrifícios, o quarto que foi minha residência por 15 dias era o quarto de um dos filhos do casal. Nesse período eles dividiram um cômodo em quatro membros.
A família que praticamente me adotou era formada pelo casal Osmara e Orlando e seus dois filhos, uma pequena, encantadora e educada menina e um adolescente estudante de medicina, que é um exemplo de educação também. Lógico, não posso esquecer da pequena Mel, uma cachorrinha da raça Dachshund, ou Salsicha, que estava sempre comigo na sala.
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| Família de Osmara |
Vale lembrar que a maioria das casas são simples, mas bem limpas.
A residência da Osmara fica localizada na esquina da Infanta com San lazaro, em Vedado, Havana. O e-mail de contato é o osmara765@gmail.com
Perfil no Couchsurfing> https://www.couchsurfing.com/users/1000945584
Acho que o assunto hospedagem rendeu um capítulo todo nessa minha série, que ainda promete boas surpresas.
Como é o transporte em Cuba? Como são as pessoas? Essas respostas ficam para a próxima semana.
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| Hotel Nacional também é uma opção para quem tiver disposto a pagar mais de 200 CUC's na diária. Nesse prédio foi gravado o filme Dirty Dance 2- Uma noite em Havana (David C. Fugazza) |
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