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Resenha: 10 anos de Nata Forrozeira

17:20


Começo este texto deixando claro que seu objetivo é a reflexão dos produtores e público para futuras melhorias e festivais mais prazerosos para todos.

Com uma década de existência, o Nata Forrozeira teve seu início, como festival de vários dias, há exatos quatro anos, com a edição Prime.  Na ocasião, eu também escrevi uma resenha intitulada “Forró sem Perrengue? Sim, é possível.” (Leia aqui)

O Nata forrozeira, edição de 10 anos, aconteceu neste último final de semana prolongado (28,29,30 e 1), na cidade de Santana do Parnaíba, a menos de 50 km da capital, o que facilitou e barateou as despesas de transporte até o sítio.

Aliás, para não ser interpretado como reclamão, ou algo parecido, vamos começar pelos pontos positivos do evento, que teve uma estimativa de público de duas mil pessoas.

Pontos positivos

Baile dos Ratos -  O Baile dos Ratos foi uma agradável surpresa que deu certo. Todas as tardes, as pessoas esperavam a abertura do salão para ouvir os Dj’s Nando Ronca, Thobias Silva, Maicow Leite e convidados colocando em prática o projeto que reside em São Paulo, às quartas-feiras.

O local, que tinha um chão perfeito, lotou. Quem procurava uma boa dança, estava no lugar certo.

É necessário ressaltar que o amor que esses três dJ’s tem pelo que fazem é perceptível. Máximo Respeito aos Ratos que invadiram o Nata.   

Palco principal- O palco principal do evento era um espetáculo à parte. Diria em poucas palavras, que deu a dignidade e recursos que os artistas do forró pé de serra merecem no seu dia a dia, tocando nas casas de forró pelo Brasil.

Palco, Iluminação e som estavam perfeitos e dignos de grandes festivais de música.    

Última noite- Ah (suspiros), a última noite foi épica, simplesmente de cair queixos. Impossível não destacar as sequências de Ó do Forró, Forroçacana e Bernadete França. Foram três espetáculos, dignos de serem apresentados nas principais casas de show do País. Com certeza, as pessoas não forrozeiras mereciam assistir.  Quem dormiu, perdeu!

Danças- Outra lembrança que terei deste Nata foi a quantidades de pessoas que dançavam. Você podia chamar as pessoas de olhos fechados, que com certeza estaria em boas mãos.

Workshops – Seguindo a tendência de outros festivais, o Nata 2018 trouxe diversos professores e professoras para oferecer Worshops de danças. Vi algumas aulas totalmente entupidas de pessoas querendo aprender mais ainda.

É muito frequente ouvir pessoas dizendo que vale tudo pelo amor ao forró. Vale passar fome, vale passar perrengue e vale ficar sem água.

Eu, particularmente, não gosto nem um pouco da forma que este termo é empregado para justificar as coisas que deram errado nos eventos.

Claro, dificilmente um evento será perfeito, mas acredito que os produtores precisam pensar nos mínimos detalhes e não economizar em setores que podem fazer o público explodir de raiva.

Se pudesse resumir diria que o Nata 2018 teve erros primários, básicos e talvez, por uma economia boba. A mudança de sítio não trouxe nenhum problema, além da área de camping que talvez não suportasse mais nenhuma barraca.

Mas do mesmo jeito que fiz com os pontos positivos, vou citar os negativos e que eles sejam vistos pelos produtores com carinho, pois as reclamações não foram isoladas.  

Pontos Negativos

Fila entrada- Quando você vai para um evento e se depara com uma fila de quase três horas, debaixo de um solzão, você já entra no local com um pé atrás. Foi isso que aconteceu no Nata, uma grande fila para confirmar o nome na lista e fazer a vistoria nas malas.

Depois de horas na fila, quando fui atendido por um dos 3 guichês que estavam funcionando, percebi que as atendentes estão conferindo nome por nome em uma lista de papel, sem ordem alfabética e compartilhada por todas as caixas.

Em plena era da informatização, o produtor poderia ter alugado um notebook para cada uma delas e usado um programa básico, como o próprio o Excel.  Acredito que não pode haver economia para entrada e se o seu evento começa ás 9hs, você tem que dar condições das pessoas estarem lá dentro no início do evento.  Contrate mais gente, mas dê essas condições.

Caixas- Depois de três horas na fila da entrada, comprar fichas para comer, ou beber água foi um verdadeiro caos. Tudo porque a forma de comprar as fichas era a menos prática que existe. Você não podia comprar um valor e depois escolher de que forma gostaria de gastar. Você tinha que escolher item por item, ou seja, depois de uma fila de quase duas horas, você tinha que adivinhar todos os produtos que você ia consumir nos quatro dias de eventos ou arriscava ter que entrar na fila do caixa novamente.

Assim como as filas da entrada, as soluções são as mais simples. Antes de mais nada, faça um dinheiro próprio do evento é muito mais rápida e prático para efetuar a troca por Reais.

Quantos eventos de grandes multidões não vimos aqueles caixas móveis andando prá lá e pra cá evento? Não será um desfalque grande no seu lucro se você contratar algumas pessoas para fazer este papel, afinal, no Nata 2018 só havia um caixa, que ficava muito longe da pista principal.

Proibição de água e alimentos- Lógico que o produtor precisa e deve lucrar com o evento, afinal, ninguém vive de vento. Mas eu acho um pouco abusivo a proibição de água, que é um elemento essencial para a vida de qualquer pessoa, ainda mais debaixo de um Sol e dançando durante quatro dias.

Acredito que a proibição de doces e frutas também seja abusiva, pois por 1 Real compramos no mercado quase uma dúzia e não apenas uma banana, assim como foi no evento.

Acredito também que isso deveria ser revisto, uma vez que precisamos comprar tudo, não há mais refeições como parte do ingresso.   

Drogas no interior dos palcos- Antes de ir ao evento eu li o regulamento e havia uma cláusula que dizia ser proibida o uso de drogas ilícitas, mas não foi isso que apareceu.

De qualquer forma, eu não tenho nada contra quem usa, acho que isso é pessoal, desde que a pessoa não resolva usar dentro do salão fechado, onde existem pessoas grávidas e com problemas respiratórios. Lógico que isso é um pouco de falta de bom senso das pessoas, que não pensavam duas vezes antes de acender os cigarros de maconha ou de tabaco, dentro do salão fechado.

Aconteceram outros problemas, como excursão da Bahia, mas que não vou citar por não estar por dentro dos combinados.

Por fim, quero reafirmar que está resenha é baseada nas minhas experiências e em algumas histórias que ouvi de alguns amigos. Ela pode e deve ser debatida e questionada por todos, mas que ela gere uma reflexão nos produtores para estejam sempre melhorando e no público, que sempre deve exigir o melhor.   

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1 comentários

  1. Depois de 1 ano de Nata Forrozeira 2018 estou lendo este post.
    Compareci e ,felizmente, eu não tive absolutamente nenhuma experiência negativa no evento.. enfrentei filas para comprar fichas sim, mas eu não esperava algo muito diferente, pois já participei de outros 12 festivais e vejo como algo normal em certos horários. Lamento por aqueles que não tiveram a mesma sorte que eu.
    E, sob nova direção, no ano de 2019 o Nata Forrozeira deu um show! A nova produção abraçou o propósito de entregar um evento melhor, ouviu o público e cumpriu o combinado.. entregou um baita serviço! Valeu a pena confiar.

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