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Volte para Cuba – Parte 15 - Cuba, um país apaixonado pelos esportes

11:06


As olimpíadas do Rio acabaram no último domingo (21), e Cuba, apesar de toda precariedade de equipamentos de treinamento e baixa remuneração de seus atletas, ficou na 18ª colocação com um total de 11 medalhas, sendo 5 de ouro, 2 de prata e 4 de bronze. Os esportes que levaram a ilha a conquistar essa colocação foram o Boxe (6), Luta Olímpica (3), Judô (1) e o Atletismo (1).


Basebol, o esporte que mora no coração dos cubanos. (David C. Fugazza) 
Eu sou um grande admirador dos esportes, e nessa minha viagem para Cuba não poderia deixar de conhecer um pouco sobre os esportes que movem o coração do povo cubano.

Entre as minhas andanças pude ver algumas academias de boxe, mas não consegui visitar nenhuma.

Skatista na cidade de Havana. (David C. Fugazza)
Pude conhecer alguns skatistas e saber um pouco do drama que vivem. Lá, eles não têm onde praticar seu esporte preferido, que agora é olímpico, e não tem condições de comprar peças para o uso. Eles vivem praticamente de doações vindas do exterior, principalmente pelo projeto “Amigo Skate Cuba”.

Sem dúvida alguma, um dos esportes mais praticados pelos cubanos é o futebol. É possível vê-los praticando, principalmente, nas diversas praças espalhadas por Havana. De crianças chutando bolas furadas à adultos disputando com a mesma garra de uma final de Copa do Mundo, essa é a paisagem na cidade.

Jovens se encontram nas praças para jogar futebol. Atividade é realizada todos os dias. (David C. Fugazza)
E quando digo que esse povo tem espírito esportivo é porque realmente tem. Ali, naquela disputa, ninguém quer sair derrotado. Para isso, vale tudo, carrinho, bicuda e divididas mais fortes.

Normalmente, eles começam a se reunir no meio da tarde. Um bate bola com poucos, até chegar o restante do pessoal. Eu cheguei a jogar um pouco, mas eu estava tão fora de forma, que não aguentei muito.

Apesar de toda admiração pelo Brasil, a paixão cubana no futebol está longe dos gramados do último país que sediou uma Copa. Por lá reinam dois dos grandes times do futebol espanhol Real Madrid e Barcelona. É comum ver as pessoas usando camisetas desses times, principalmente a 10 de Messi e a 7 de Cristiano Ronaldo.

Cristiano Ronaldo e Messi são os jogadores preferidos dos cubanos. (David C. Fugazza)
Durante minha estadia em Havana, esses dois gigantes do futebol mundial se enfrentaram no Santiago Bernabéu pelo Campeonato espanhol, nesse dia pude ver que essa paixão declarada também divide a cidade.

Mesmo a 7.500km de distância entre Havana e Madrid, durante todo o dia as pessoas caminham pelas ruas devidamente uniformizadas e enfeitam seus carros e janelas de casas exibindo suas bandeiras. E realmente existe uma grande rivalidade, eles passaram o dia se provocando e cantando vitória.

Aquele jogo era tão importante para eles, que até um cinema da cidade transmitiu a partida. Um cubano me falou que o cinema fica lotado e que o clima é de estádio de futebol, com cantos gritos e bandeiras.

Durante a partida, fui comer um lanche e todas os televisores estavam sintonizados no jogo, que por sinal terminou 4x0 para o time de Messi e companhia. Após o jogo, os cubanos continuaram vestindo seus uniformes.

Apesar de Cuba não disputar nenhum campeonato importante nessa modalidade, o futebol está no coração das pessoas.

Partida entre equipe cubana e universidade estadunidense. (David C. F
Nas próximas olimpíadas, em 2020, em Tóquio, Cuba poderá conquistar mais uma medalha, pois o seu esporte número 1, o basebol, estará de volta na competição. Nos jogos de Barcelona em 1992, Atlanta em 1996 e em Athenas em 2004, Cuba levou para casa a medalha de ouro. É o País que mais venceu a competição.

Assim como vemos em filmes estadunidenses, pais e filhos brincam de arremessar e defender as bolas nas pracinhas, muitas vezes, disputando espaço com o futebol. Mas o esporte número um tem poucos campos para sua prática. Dessa forma, os cubanos jogam em praças, com bases e marcações imaginárias. 
Pais e filhos brincam na praça.(David C. Fugazza)

Jovens fazem da praça um campo de basebol, com bases imaginárias. (David C. Fugazza)
Nesses 15 dias que estive na ilha, o campeonato nacional estava parado por causa de uma competição internacional, que Cuba estava participando no Japão.

Por sorte, soube ao ler o jornal, que a equipe mais conhecida da capital, os Industriales iriam jogar um amistoso histórico, contra O Penn State, uma universidade que fica no estado norte-americano da Pensilvânia.

Imagine só, uma partida de basebol, entre Cuba e um time dos Estados Unidos, tudo que eu mais queria. A partida estava marcada para as 14hs de um domingo, o marido de Osmara foi comigo. Caminhamos pelos 2,5 km que separavam a casa deles do estádio Latinoamericano, que é o maior estádio cubano, com capacidade para 55 mil pessoas.
Estádio Panamericano, em Havana. A casa do Industruiales (David C. Fugazza)
Eu havia ido ao estádio no dia anterior e consegui entrar por um portão lateral com ajuda de um funcionário, que ainda me levou para conhecer a parte de dentro. Nos dias que eu estive lá, havia obras nas coberturas.

O estádio, que é a casa do time de Havana, os Industriales, fica ao lado de um prédio de uns 10 andares, que leva a marca da equipe na construção.
Prédio leva o nome da equipe número 1 de Havana. (David C. Fugazza)
Eu não me lembro quanto era a entrada para o jogo, se não me engano era de 1 a 5 pesos cubanos, ou seja, para nós, muito barato. Não se assuste se quiserem cobrar em Cuc’s.

Como um autêntico domingo de jogos no Brasil, comemos um lanche com carne de porco, comemos uns doces, bebemos um refrigerante e fomos nos acomodar.

Infelizmente, o dia de Sol se transformou em uma rápida, mas poderosa chuva, que impossibilitou a partida. Saí de lá frustrado, mas feliz por ter conhecido um pouco da cultura esportiva do cubano.

Sem querer querendo, no dia seguinte eu passei em frente ao estádio e fiquei sabendo que o jogo havia sido remarcado para aquele horário. E assim, consegui ver pela primeira vez na vida, uma partida de basebol, que foi vencida pela equipe cubana pelo placar de 2x1.

Assim como no Brasil, eles vibram muito a cada jogada, provocam os adversários e as crianças ficam em uma área estratégica para tenta pegar as bolas que vão para arquibancada.

Nesse dia, havia jornalistas de diversos países fazendo a cobertura daquele confronto, que seria mais um passo na relação entre Cuba e Estados Unidos. Essa partida repercutiu em alguns veículos de comunicação como a Agence France Press (AFP), afinal, era a primeira partida envolvendo as duas nações.


Pequenos torcedores uniformizados e fila para entrar no estádio (David C. Fugazza)

Outro local que consegui visitar e constatar como Cuba sobrevive no esporte mais pela vontade do que pelas condições de seus equipamentos esportivo, foi a Cidade Esportiva, local onde a banda Rolling Stones fez show, em Havana.

O local que foi construído em 1957, não deve ter passado por muitas reformas, pois muitos equipamentos parecem estar velhos e ultrapassados. Naquele local aconteceram grande eventos esportivos, mas o que eu vi foi um ginásio antigo e bem conservado, mas algumas instalações e campo com ar de abandonado.

Assim como brasileiro, os cubanos também são amantes do esporte. Para tentar barrar as fugas de esportistas cubanos para outros países, o governo da ilha resolveu pagar um salário melhor.

Que o esporte esteja sempre presente nessa nação tão querida.



Chuva atrapalhou partida, que foi cancelada. (David C. Fugazza)

Vendedor de pipoca no estádio Panamericano (David C. Fugazza)

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