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Forró, Mídia, Futuro e Reflexões Necessárias

11:32

Em meados de 2001, quando bandas como Falamansa, Bicho de Pé e Rastapé explodiram com diversos hits em rádios populares, eu não fazia parte do universo chamado forró. Não sei dizer o quanto esse sucesso impulsionou o ritmo, o quanto ele trouxe de novos frequentadores às casas de forró e como os outros trios aproveitaram essa onda.

Meu envolvimento com o ritmo começou em 2008 e desde que comecei, ouço por todos os cantos e de muitas pessoas, sejam elas frequentadoras, músicos e produtores, que o forró precisa voltar para mídia.

Pois bem, hoje temos uma novela no principal canal de televisão do País, que tem como trilha sonora o mais autêntico forró pé de serra. Além disso, uma sanfoneira e forrozeira de qualidade, Lucy Alves, que faz um dos papéis principais.

Se você acha isso pouco, faz uma semana que a banda pernambucana “Fulô de Mandacaru” venceu a terceira edição de um dos principais concursos de música da televisão, o SuperStar, que é apresentado no mesmo mega canal da produção de dramaturgia citada acima, e no qual foi escolhida não por jurados e sim pelas pessoas que acompanham o programa, exibido nas tarde de domingo.

Mesmo com toda essa exposição do forró, nessa que chamamos de grande mídia, as rádios comerciais continuam não tocando esses clássicos. Os programas que atingem a grande massa, como Domingão do Faustão, não chamaram nenhuma dessas bandas para se apresentar em seus palcos. Aliás, a sanfoneira Lucy até foi convidada, mas participou como atriz da novela.

Lógico! É inegável que o Forró está sendo visto e ouvido por milhares de pessoas todos os dias. Aproximadamente um milhão e oitocentos domicílios estão ligados na novela “Velho Chico” por dia e mais de 650 mil lares acompanharam a final do reality show musical.

E é exatamente por conta dessa exposição, que eu me questiono sobre como isso pode impactar neste movimento. Como os músicos e produtores podem se aproveitar disso? E a última pergunta, e talvez a mais importante, é: Será que os trios e bandas estão preparados para este momento tão esperado? Talvez o mais esperado desde a época do forró universitário?

É baseado nestes questionamentos que eu faço uma reflexão. 
Bandas e produtores que não fazem uso de nenhum apoio de assessoria de imprensa para difundir seus eventos. Produtores, que não conseguem receber críticas de seu público, responde-las de maneira profissional, e usar isso para amadurecer seus projetos.

Nesta mesma linha, vejo bandas e trios que não tem um site de divulgação. Músicos que estão nas redes sociais para mostrar seu trabalho e não as atualizam. Músicos que as utilizam para expor mais a sua vida pessoal do que profissional ou que pelo menos não conseguem separar as duas coisas.

Atualmente, temos muitas bandas e trios para atender as poucas casas de forró, espalhadas pelo Brasil, mas temos poucos músicos preparados para explodir no sucesso, tocar em rádios comerciais, fazer dezenas de shows em um mês, por todo o País.

Quais artistas, dentro do forró, correm atrás de editais para fazer grandes shows, ou até mesmo para gravar seu CD ou DVD? Acho que podemos contar nos dedos, os que investem nisso.

Na contra mão, vemos diversos esbravejando e sempre questionando porque só os mesmos têm essas oportunidades. A resposta é muito simples! Porque só os mesmos trabalham para isso, não se contentam com caches baixíssimos e a falta de estrutura das casas especializadas. 
    
Talvez seja esse preparo que esteja fazendo outros ritmos tomarem conta de festas populares, como as festas juninas, que estão cada vez mais profissionais.

Enfim, o forró precisa sim estar na mídia, precisa explodir, mas antes disso o forrozeiro (produtor, músico e frequentador) precisa estar com a cabeça aberta para aceitar o que o mercado exige em troca.


O forró tem a alma simples, mas precisa ser encarado de forma profissional. As casas precisam fornecer estrutura, os músicos precisam produzir cd’s profissionais, investir na comunicação, na divulgação e produção. Isso, sem contar os estudos. Já nós forrozeiros, devemos valorizar quem trabalha de verdade, comprar cd e mostrar para todos, essa nossa cultura tão amada.

Foto: Internet

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