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Terça Gonzaguiana- #2- O dia que o Rei tocou no Festival Hippie

23:02

VOCÊ SABIA QUE LUIZ GONZAGA FOI CONVIDADO PARA TOCAR EM UM FESTIVAL HIPPIE?

O festival foi pensado para ser uma espécie de Woodstock, mas o que diz a história é que ele teve um fim bem parecido com alguns festivais de forró pé de serra contemporâneos, com público muito abaixo do esperado, sem dinheiro para pagar os músicos, muita decepção e sem estrutura nenhuma.

Mas, assim como alguns festivais, sempre tem alguma banda que salva o rolê. E no Festival de Verão de 1971, realizado no Balneário de Três Praias, em Guarapari ( ES), um dos que salvaram foi Luiz Gonzaga. Acredite, o velho Lua agradou até os hippies. 

De acordo com alguns jornais da época Luiz Gonzaga surpreendeu. 

”A grande surpresa da noite - a apresentação do sempre querido Luiz Gonzaga, que provou que num festival, onde os jovens vão principalmente para ouvir música "pop", um cantor como ele pode agradar em cheio, como realmente aconteceu. 

O artista reviveu alguns de seus sucessos: "Ainda Sou Rei do Baião", ''Asa Branca", "A Volta da Asa Branca" e "Ai Juazeiro". O importante é que a juventude o aplaudiu e ainda pediu bis”.

“O dono da festa, na segunda noite, foi o velho Luiz Gonzaga conseguindo no fungado da sua Carolina e no protesto da sua Asa Branca sacudir o público. Todos cantaram e aplaudiram de pé”.

“O velho Luiz Gonzaga foi aclamado como maior atração” 

Na primeira noite, depois de um atraso de cinco horas, os pouco mais de 4 mil espectadores, menos de 10% do público esperado pela organização, começaram a jogar sacos de areia no palco, além das vaias. 

Diversos cantores deixaram de tocar assim como Gal Costa, Roberto Carlos, Gonzaguinha, entre outros! 

Essa apresentação foi muito importante para o legado do Rei do Baião.

BAIÃO DOS HIPPIES! 

 Mas o contexto da época precisa ser explorado muito mais, pois no final dos anos 60 e começo dos anos 70, Luiz Gonzaga e o Baião andavam esquecidos dos grandes centros midiáticos do Brasil! Eles eram vistos como cafona! 

Por isso, a presença dele neste festival foi uma grande surpresa. 

Quem estava surfando a moda era a Bossa Nova e Jovem Guarda. 

Decepcionado, por volta de 1965, Luiz Gonzaga dava indícios que desejava parar de cantar! Mas, ao contrário disso, anos depois gravou “Óia eu aqui de novo”, onde no mesmo álbum, ele canta uma música em provocação aos ritmos da moda .... 

🎶...Atenção senhores cabeludos

Aqui vai o desabafo de um quadradão... 

.. Cabra que usa pulseira

No pescoço medalhão

Cabra com esse jeitinho

No sertão de meu padrinho

Cabra assim não tem vez não

Não tem vez não

Não tem vez não...🎶

No mesmo ano do festival, Gonzaga ensaiou uma aproximação com a MPB e gravou o álbum "O canto jovem de Luiz Gonzaga", que vale a pena ouvir e sentir a diferença para outros trabalhos. 

Na capa, não tem sertão, não tem chapéu de couro e nem gibão. Na foto da capa, um cenário bem urbano com um grande prédio de fundo. 

Depois disso, em 1972, a volta dele foi consolidada com uma apresentação no Rio de Janeiro, no tradicional teatro Tereza Rachel, quando ,o povo da zona sul conheceu Luiz Gonzaga e percebeu que ele não era cafona e sim um dos maiores artistas da música popular brasileira.

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