olimpiadas,
ruativa,
skate,
skateboard,
street
Skate: Bate papo com João Yumoto, um dos criadores do Ruativa
16:46Até pouco tempo atrás, quando o skate não era sequer cotado para as Olimpíadas, era muito difícil encontrar pistas em diversos bairros e cidades do Brasil a fora. Com isso, os skatistas precisavam colocar a mão na massa, literalmente, e construir seus próprios obstáculos nas ruas, praças e quadras,o que, muitas vezes, causava problemas com as autoridades, que viam no ato de usar o aparelho público, um crime.
Eu perdi as contas de quantas vezes entramos em construções atrás de madeirite e, no ferro velho, atrás da nossa viga de aço, que fazia a vez de caixote, e era levado sempre pelos carroceiros do reciclado.
O paulistano de criação, João Victor Yumoto, de 30 anos, juntamente com seu parceiro Ricardo di Lazzaro, fizeram dessa necessidade um projeto incrível chamado Ruativa.
E é sobre esse projeto o nosso bate papo de skate, divertido, desta semana:
João: kkkkk muita gente me pergunta isso e até hoje é difícil dizer.
Mas, é um movimento criado por skatistas e para skatistas, onde fazemos obstáculos com vendas de camisetas e ``Vaquinhas`, onde os lucros são as novas amizades, conhecimento de picos novos e manobras novas. Um breve resumo kkkk
EQM: Como e quando ele nasceu?
João: O Ruativa foi fundado em 2015, quando criamos um nome, logo e redes sociais. Mas sempre tivemos que fazer nossos obstáculos, pois não morava perto de pista e nem tinha dinheiro para pegar ônibus. Então, tive que fazer os primeiros palquinhos de madeira, procurar ferros perdidos na rua e soldar nos ferros velhos. Bons tempos kkkkkkkkk.
EQM: Quantas pessoas estão a frente ?
João: Olha, hoje em dia temos mais ou menos 30 pessoas que nos ajudam diretamente e indiretamente, mas os ponta firmes, que põem a mão na massa e andam de skate também são uns 10 membros.
EQM: Quantas intervenções nas ruas já fizeram?
João : No projeto Ruativa foram 19 obstáculos.
João: Cara, é um pouco demorado, pois primeiro faço uma vaquinha com o grupo, depois faço as camisetas. Depois vendo a camiseta, via redes sociais, amigos etc. Com o valor das vendas, faço orçamento do obstáculo junto com os locais e suas necessidades. Com o projeto, compro o material, faço a logística para atuar na construção como ferramentas, parte elétrica, observar melhor horário e dia para atuação. No dia de fazer o obstáculo, tento organizar maior número de ajuda para construir o obstáculo com os meus amigos, e gravo um pouco na atuação. Após isso, monitoramos secagem do cimento, acabamentos e andamos de skate com os meus amigos e registrar as manobras e diversão.
Resumindo um pouco é isso kkkk.
EQM: Como vocês se mantém?
João: Todos nós do Ruativa temos trabalhos fixos normais, no grupo, temos médicos, engenheiros, advogados, diretor de Tv, designers etc. Então temos serviços voluntários, e amor do skateboard! E o nosso projeto funciona com investimento dos próprios skatistas, com doações em dinheiro, materiais e as vendas de camisetas.
EQM: Já tiveram problema com o poder público, polícia, etc. Ou já tiveram obstáculos destruídos ou retirados?
EQM: Já tiveram problema com o poder público, polícia, etc. Ou já tiveram obstáculos destruídos ou retirados?
João: Sim já tivemos alguns problemas com policiais, do Goe inclusive já. kkkk acho que foi o mais pesado. E já quebraram vários obstáculos, inclusive já teve obstáculo que nem deu tempo de andar.
. |
EQM: Já tentaram ajudar do poder público?
João: Ainda não
EQM: Como você vê o skate nas olimpíadas, acha que há possibilidade de ter mais pistas?
João: kkkk essa é polemica, cara eu gosto muito mais do skate de rua, das fotos e vídeos de marcas, da ideologia do skate, do respeito e improviso. Gosto de estilo nas manobras, ler revistas de skate, colecionar adesivos, e fazer aquelas rodinhas de conversas depois das sessões. Mas acho legal também campeonatos, Street League, Tampa etc.; As Olimpíadas é um dos maiores que o skate vai entrar acho. Isso populariza muito, e faz que tenha um lado comercial. Tudo consequência da evolução do skate, e tudo que tem mudanças grandes vem com muita responsabilidade junto. Mas acho que teremos benefícios bons de estruturas de marcas de fora investindo no skate, e fazendo com que o skate cresça mais ainda. Só não podemos nunca perder nossa essência de Rua, porque nunca se podemo esquecer as origens.
EQM: Fala um pouco sobre as vídeo partes que vocês gravam
João: hahahah oh loco você andou pesquisando mesmo hein kkkkk
Cara eu sempre gostei de assistir vídeos, filmes e desenhos antes do skate. Mas eu gostava de gravar mesmo uns JackAss manja? Que passava na MTV. Daí, eu pegava meu irmão mais novo de cobaia e daí já viu né? kkkkkkk. Mas depois que comecei a andar de skate eu vi que podia juntar essas duas coisas, e meus amigos de infância Luciano Naganawa, Ale Osada e o próprio Ricardo do Ruativa, já gravavam vídeos. E tinham um vídeo chamado Go Dallas, com eles, eu fiz a minha primeira participação nesse vídeo. O Primeiro foi em 2004 acho, desde então não parei mais. Em 2019 fizemos a sétima edição inclusive! kkkk gosto muito de vídeos de skate e ainda mais registrar esses momentos para assistir depois.
EQM: Qual objetivo maior do Projeto?
João: Construir uma Barcelona no Brasil. kkkkkk
João: Já fizemos em São Vicente, Taboão da serra, praça dina, ponte laguna e o nosso querido beco Valadão R.I.P.
João: Nunca tivemos, é um sonho que espero concretizar logo! Já fizemos collab com skatista profissional Tulio Oliveira, Dina skate Shop e muitos amigos.
Mas marcas ainda não.
João: Ah acredito que sim mano, sempre procurando pico novo para reformar, aprender técnicas de obras, reformar e manter o projeto vivo!
EQM: Deixe um recado para a rapaziada
0 comentários