Pesquisa foi realizado pelo perfil "O melhor do Pé de Serra". |
Todos sabem da importância da dança para a difusão de um ritmo. Quantas pessoas não tiveram o primeiro contato com o forró através de uma aula de dança de salão? Quantas pessoas não foram impactadas por aquela música alegre, levada através de sanfona, zambumba e triângulo, dentro de uma aulinha?
Lógico, também existem aqueles que procuram aulas e workshops para se aprofundar, adquirir mais conhecimento ou até mesmo se socializar e ajudar em algum processo de recuperação, físico ou psicológico.
Mas, segundo a pesquisa “O que os alunos esperaram dos professores de forró”, realizada pelo canal O Melhor do Pé de Serra e divulgada no último domingo (13), 60% dos entrevistados disseram que os professores não estão preparados.
Os números surgem em um período de ascensão desses profissionais, que, há algum tempo têm levado o conhecimento e um pouco mais do Brasil para o mundo.
Essas conquistas, talvez, possam explicar o número de pessoas que se aventuram em dar aula sem conhecimento.
Esses números também podem servir como um alerta para professores buscarem atualização e alunos buscarem profissionais qualificados.
Segundo a professora do Rio de Janeiro, Yse Góes, que foi a professora mais indicada na pesquisa, esse alto número é atribuído realmente ao despreparo de alguns professores.
“É o despreparo real dos professores; a falta de didática, de planejamento, de olhar sobre as dificuldades ou objetivo do aluno, sensibilidade, domínio de turma, sem conhecimento do processo de aprendizagem e metodologias de ensino. Agregado a isso, a visibilidade que o professor tem e as oportunidades que lhe são oferecidas como: viagens, vips, parcerias/ permutas enchem os olhos dos bons bailarinos”, falou.
Yse foi a professora mais indicada na pesquisa |
Para o professor de forró, Evandro Paz, é muito importante que não haja uma generalização e que os alunos procurem por uma aula que leve a abordagem que lhe interessa.
“Primeiro não podemos ser levianos e julgar todos/as que dão aula no mesmo balaio. Neste caso cabe pesquisar se o professor/escola tem o que o aluno/a está procurando. Existem alunos/as com vários interesses diferentes. Por exemplo, quem procura uma aula com mais ênfase em repertório, abordagem técnica de passos, sequência e estruturas, e encontra uma aula mais focada em entretenimento, ou socialização, pode achar a aula “fraca”. E quem quer mais a interação grupal, fazer amigos por exemplo, e cai numa aula muito técnica, pode achar chato, ou pesado”, explicou.
Evandro Paz e iris De franco, no Forró de Frankfurt Festival, 2019 ( Foto: Sneganna Friedrich) |
De acordo com a pesquisa, 88% já fizeram aula e dessas, 92% garantiram que a aula teve um papel importante na desenvoltura.
Ainda segundo a pesquisa, a falta de empatia, do professor diante as dificuldades do aluno, foi o principal motivo para desistência.
Manter o trabalho em alto nível, essa é a estratégia de Yse para conter os professores de ocasião.
“Não tem como a gente controlar, mas o que vai acontecer é que eles vão surgir, mas não vão se manter no mercado e vão sumir. O que nós podemos fazer, é trabalhar direito e tentar passar o conteúdo com a melhor qualidade possível para as pessoas conhecerem o seu trabalho e vendo a diferença entre os aventureiros e quem leva o trabalho sério”, finalizou.
Paz, que dá aula desde 1995, deu algumas dicas para os alunos não se decepcionarem com os professores e suas aulas.
“O ideal é que os alunos/as experimentem aulas em vários lugares, escolas, estilos, didáticas, metodologias, para ver onde se encaixam melhor com o que procuram, na fase em que se encontram. Para quem não sabe onde quer chegar, qualquer caminho serve”, disse Paz.
A pesquisa completa está disponível no canal “O Melhor do Pé de Serra”, no Youtube. Confira!
Pesquisa foi realizado pelo perfil "O melhor do Pé de Serra". Todos sabem da importância da dança para a difusão de um ritmo. Qua...