Eme Alfonso, na Fabrica de Arte Cubano (David C. Fugazza) |
Mas conforme os dias foram passando e eu fui conhecendo a
cidade, percebi que deveria aproveitar, também, a noite cubana.
No período que estive por lá, participei de algumas festas
de rua e shows promovidos pelo governo, que eram totalmente de graça. Conheci
um festival universitário onde estudantes de diversas partes do mundo mostravam
sua cultura aos demais, seja na dança, ou na música. Fui em um festival de rock
ao lado da embaixada americana chamado “Patria Grande”. No palco tocavam bandas
cubanas e de outros países de América Latina, como Argentina, Chile, México e
Colômbia.
Além desses eventos que eu descobri caminhando pelo bairro
onde estava hospedado, percebi que os cubanos adoram passar horas e horas à
beira do Malecón bebendo, batendo papo, cantando e olhando o movimento, todos os
dias. Aos finais de semana, lógico, o local fica abarrotado, sem lugar para
sentar.
Noite da salsa no Club 1830 (David C. Fugazza) |
Conforme os dias foram passando, a minha amizade com o
francês Claudio aumentou e combinamos de sair para conhecer algum bar que
rolasse salsa. Lógico, não poderia ir embora de Cuba sem ver a famosa salsa e
tomar um mojito.
Combinamos que não iríamos para nenhum bar que ficasse
próximo aos principais pontos turísticos da cidade. Resolvemos conhecer um local chamado Club
1830, que fica em Vedado, lado oposto do centro. Para entrar, pagamos 3 Cuc’s, ou seja, uma
média de R$ 7,50. O lugar era lindo, uma antiga mansão reformada à beira mar.
Naquela noite, a Lua estava cheia e fez com que o lugar ficasse ainda mais encantador.
Na pista, cubanos e turistas se acabavam de dançar salsa,
rumba e cha cha cha, ao som de um dj, que pelo jeito era super conhecido. Em
alguns momentos eu me sentia no filme Dirty Dancing 2. A galera realmente apavorava, dançavam muito. (Agora
eu sei como as pessoas se sentem quando vão ao forró sem saber dançar)
Ficamos só observando e comentando sobre como o pessoal era
bom naquilo, até conhecermos uma cubana que tinha cara de turista. Não lembro
seu nome, mas ela tentou nos ensinar uns passos. Confesso que foram poucas
tentativas de “bailar la salsa”, mas foi muito divertido. Lá também
experimentei o famoso mojito, bem forte por sinal.
Apresentações culturais na FAC ( David C. Fugazza) |
Não pensamos duas vezes, nos despedimos da nossa nova amiga
e caminhamos rumo ao Fac. Chegamos ao lugar e pudemos ver que lá era a antiga
instalação da Companhia de Eletricidade de Cuba, que posteriormente se
transformou em uma fábrica de Azeite de Mani, chamado “El Cocinero” e mais
tarde serviu de armazém do Ministério da Pesca.
Pagamos para entrar apenas 2Cuc’s do 1830, mas como já
era tarde, conseguimos aproveitar somente o Dj que estava na casa rolando hip
hop. Gringos e cubanos dançavam e interagiam, e entre uma música e outra eu ia
conhecer o lugar, que enorme e repleto de obras de arte.
No fim da balada, combinamos voltar mais cedo para
aproveitar cada atração daquele lugar, afinal, estávamos encantados com aquele
ambiente. Era uma Cuba, que eu jamais imaginei que iria encontrar.
A lateral da FAC (David C Fugazza) |
Para ir embora, caminhamos um pouco para fugir dos taxistas
que estavam cobrando um preço alto pela corrida.
Com a boa experiência da noite, resolvemos voltar no dia
seguinte, afinal era sexta feira, dia internacional de curtição. Chegamos cedo,
e além de todas as obras de artes que compunham a decoração do local, havia uma
grande exposição fotográfica.
Uma companhia de arte local apresentou diversas danças e
músicas tradicionais de Cuba, o que me fez ficar mais apaixonado por aquele
País. Após essas apresentações, passaram um filme em um super telão e a pista
de dança já estava lotada. Aquela noite tocou de tudo um pouco, desde rock, até
hip hop.
O ponto alto da noite foram as apresentações de bandas do
projeto chamado “Uma Noche em Latinoamerica”, destaque para a linda cantora
cubana Eme Alfonso e sua mistura de rap, soul e jazz. Eme é filha de um grande cantor cubano,
Carlos Alfonso Valdés, do famoso grupo Sistesis.
Nessa noite conheci várias pessoas legais, entre elas,
Brenda, uma médica cubana que trabalhava na Venezuela, em um programa do
governo como o Mais Médico no Brasil. O número de assuntos e perguntas era tão
grande, que tivemos que marcar um café, que se transformou em uma pizza, no dia
seguinte para continuar matando minha curiosidade sobre aquele país.
A noite terminou com mais um pouco mais de Dj e mais uma
caminhada com meu amigo francês em buscar de um táxi mais barato. E não é que a
gente combinou voltar no dia seguinte. (risos)
Voltamos no dia seguinte, dessa vez com a nossa amiga suíça
Melanie, mas o lugar estava tão cheio, que desistimos depois de mais de uma
hora de fila. Fomos parar em Malecón e mais tarde comemos uma daquelas pizzas
baratas.
O FAC realmente me cativou, nem na maior cidade da América do Sul, e umas das mais influentes na América Latina, São Paulo, eu tinha visto algo parecido, um lugar onde você encontra arquitetura, cinema, desenho gráfico, fotografia, música, arte visuais, dança, desenho industrial, moda e teatro. Com toda certeza vale a pena, é um passeio imperdível, até mesmo para os que não são fãs da noite.
Para finalizar as festa em Havana, ainda consegui ver a tentativa de quebra de Record, com o o maior número de casais dançando Salda Rueda de Casino.
Eme Alfonso, na Fabrica de Arte Cubano (David C. Fugazza) M eus primeiros dias em Havana foram bem intensos, eu queria conhecer cada ca...