O Capitólio foi por muitos anos, o prédio mais alto de Havana. (David C. Fugazza) |
Apesar de adepto dos passeios mais undergrounds,
impossível não reservar um ou dois dias, para conhecer os pontos turísticos
mais badalados e tirar umas fotos.
Por isso, meu segundo dia na ilha foi para conhecer esse
lado da cidade, chamada de Havana Velha e o Centro de Havana.
Foram mais ou menos 10 km caminhando por bairros muito
peculiares, onde os velhos carros se misturam as antigas casas e ruas com
bastante sujeira.
As ruas dos bairros, em Havana, Cuba (David C. Fugazza) |
Pelo caminho, matei minha curiosidade e conheci uma
carnicería, o que seria equivalente a um açougue aqui no Brasil. Confesso que
não foi nada agradável ver a forma que eles armazenam as carnes. São
basicamente garagens, onde as pessoas expõem os alimentos em um balcão, sem
nenhuma refrigeração.
Por essas e por outras que evitei comer carne bovina, mas eu
comi. Aliás, dizem que cubanos são proibidos de consumir esse tipo de alimento,
mas eu os vi comendo.
Os açougues, em Havana, sem nenhuma refrigeração. (David C. Fugazza) |
No caminho também pude ver algumas feiras livres de alimentos,
assim como as nossas feiras e o Bairro Chinês.
O primeiro ponto de chegada foi o imponente Capitólio, uma
construção vista em diversos pontos da cidade. Não foi possível conhecer por
dentro, pois ele estava passando por uma grande reforma. É uma réplica do Capitólio
de Washington, nos Estados Unidos e abriga atualmente a Academia Cubana de
Ciências. Logo após a revolução foi sede do governo.
Ao lado do Capitólio ficam alguns dos grandes hotéis
cubanos. Nessa região se encontra o Parque da Fraternidade, local de onde sai o Havana Bus Tour, que é mais uma opção para aqueles que pretendem passear pelos
principais pontos da cidade, por 5 CUC’s.
Parque da Fraternidade, local com grande concentração de turistas e hotéis. (David C. Fugazza) |
Outro ponto super agradável, localizado nas proximidades, é
o Paseo del Prado, que é um calçadão no meio de uma importante avenida. Local
onde os jovens cubanos se reúnem, assim como estudantes fazem educação física e
se misturam com turistas.
Paseo do Prado, local de encontro entre o esporte e a arte, turistas e cubanos. (David C. Fugazza) |
Local também abriga feiras de artesanatos e um grande
classificado ao ar livre, onde as pessoas vendem de tudo, desde carros, até
casas.
Foi nesse local que encontrei o pessoal do skate e cumpri
umas das minhas missões em Havana, mostrar para eles o documentário “AmigoSkate Cuba” (Clique para ver o documentário), dirigido pelo meu amigo carioca,
Luiz Furtado.
Skatistas que participaram do documentário. (David C. Fugazza) |
Enquanto mostrava do meu celular o documentário, pude
perceber que não é fácil a vida dos amantes do carrinho. Fomos “enquadrados”, por
policiais, que logo pediram as carteiras de identidade e provavelmente dariam
uma multa, só pelo fato de andarem de skate naquele local público. Mas tudo
bem, valeu a pena ver a satisfação nos olhos daqueles guerreiros do asfalto.
Momento em que fomos "enquadrados pela polícia". (David C. Fugazza) |
Meu segundo destino
do dia era também um local que eu desejava muito conhecer, o famoso Museu de la
Revolucion. A entrada custa 8 CUC’s.
Todos os museus são pagos e os valores são diferentes para
turistas e cubanos. Pude ver várias excursões escolares nesses locais.
Prédio que abrigou o Palácio do ditador Batista, hoje mostra a vitória da Revolução. (David C. Fugazza) |
O prédio onde está localizado o Museu da Revolução foi
também o palácio presidencial, ocupado por Fulgêncio Batista, ditador derrotado
pela Revolução Cubana, liderada por Fidel e Che, em 1959.
Na entrada do prédio, um tanque de guerra, calibre 100 mm, usado
por Fidel na invasão de Giron, em 1961.
Tanque de guerra usado por Fidel Castro, na invasão de Giron, em 1961. (David C. Fugazza) |
No interior do edifício, passo a passo de história da
revolução, desde a sua concepção com o herói José Marti, passando pelo assalto
ao quartel de Moncada até o combate em Sierra Maestra e entrada triunfante pela
cidade de Havana.
Rincon dos Cretinos- Governantes estadunidenses que mais atacaram Cuba, junto com ditador Batista. (David C. Fugazza) |
Instrumento de tortura usado pelo governo de Batista. (David C. Fugazza) |
Uniforme de combate na Revolução Cubana. (David C. Fugazza) |
Pistola usada pelos revolucionários. (David C. Fugazza) |
Dentro do museu estão disponíveis para visitação tanques de
guerra, automóveis, aviões e o iate Granma, que levou os revolucionários do
México até Cuba, em uma viagem cheia de contra tempos.
Estátua de cera de Che e Camilo Cienfuegos. (David C. Fugazza) |
Foi uma viagem no tempo. Pude visualizar tudo o que eu havia
lido nos livros. A cada sala que eu passava me sentia mais dentro da revolução.
Certamente foi um passeio e tanto.
Por ali passam centenas de turistas por dia, normalmente
estadunidenses ou europeus. Eu, como um grande curioso morri de vontade de
saber o que eles estavam pensando ao conhecer o outro lado da história, um lado
que eles não devem aprender nas escolas. Conhecer um pouco do mal que "eles" fizeram aos latinos.
Fiquei imaginando o que os estadunidenses pensavam ao ver
seu país e alguns dos seus comandantes sendo chamados de tiranos.
Mas meu dia não acabou por ai não, mas na semana que vem eu conto como ele terminou.
O Capitólio foi por muitos anos, o prédio mais alto de Havana. (David C. Fugazza) A pesar de adepto dos passeios mais undergrounds , im...